ALELA DIANE saúda-nos de Nevada City, uma cidade envolta em florestas no norte da Califórnia, um lugar que a harpista indie Joanna Newsom também chama de lar. E, de fato, foi Newsom quem deu a Diane o encorajamento necessário para suas primeiras performances.
Esta faixa do segundo álbum de Diane, To Be Still, encaixa-se melhor no gênero folk do que a poesia surreal e complexa de Newsom, mas ambas habitam o mundo das estórias fabulosas levemente fora de centro. Ela e sua guitarra estão sob os holofotes, auxiliadas por assombrosos back-vocals femininos e uma levíssima banda folk ao fundo. Há uma sinceridade grosseira e rural nesta melodia fantasmagórica que dá à faixa um pouco mais de peso emocional.
Nada como uma boa canção à moda antiga para relaxar e começar o mês com o pé direito. Feche os olhos e visualize uma daquelas pessoas que continuam em Woodstock, cercada por panos coloridos e tocando violão sob a luz da lua. O que é tocado e cantado? “Dry Grass & Shadows”, obviamente. É notável a simplicidade da faixa, mas ela cria toda uma atmosfera relaxante, quase submersa em água de cheiro, contando com o mérito da voz de Alela, que me lembrou um pouco a boa e velha Alanis — a antigooona, não a de Flavors of Entanglement, tenho dito. Deixo o aviso de que, caso você não curta música para tocar ao pé da fogueira, passe longe. Mas se você curtir, lembre de também passar no MySpace da moça e de visitar o “mal atualizado blog” dela — uma cantora que já atropelou um urso não é coisa que se vê todo dia.
por Halex Pereira macmagazine.com.br/blog
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